Apesar do texto ser de 1999, o assunto é bem atual
CRISE DA ÁGUA: MODISMO, FUTUROLOGIA OU UMA QUESTÃO ATUAL?
O problema da escassez de água
doce já é uma realidade em vários locais do planeta. Alguns dos aspectos
dessa crise vêm sendo discutidos na área acadêmica e por autoridades
políticas e organizações não-governamentais, mas o grande público ainda
não percebeu a importância da questão.
A água doce é essencial para a
humanidade, mas a maioria das pessoas não se dá conta de que o aumento
da população mundial, e portanto das atividades agrícolas e industriais,
está reduzindo a qualidade desse recurso e tornando-o mais escasso em
algumas regiões. O problema já é uma realidade em vários locais do
planeta, preocupando cientistas e autoridades públicas e levando à
adoção de medidas que evitem o desperdício ou a degradação das reservas
hídricas. Leis mais sensíveis à importância dessa questão e a
conscientização de cada indivíduo de que essa ameaça envolve a todos são
os primeiros passos na busca de um uso mais sustentado da água na
Terra.
A água doce, indispensável à vida, é um
recurso renovável, mas relativamente escasso em algumas regiões da
Terra. A maior demanda (decorrente do crescimento acelerado da população
humana), o desperdício e o uso inadequado podem esgotar ou degradar
esse recurso. Problemas desse tipo já ocorrem em certas áreas ou
regiões, e acredita-se que a médio prazo, mantidas as atuais formas de
uso da água, poderão abranger todo o planeta, gerando uma crise global
da água.
Alguns dos aspectos dessa crise já vêm
sendo discutidos na área acadêmica e por autoridades políticas e
organizações não-governamentais. No entanto, o principal interessado — o
grande público — ainda não percebeu a importância dessa questão e não
conhece a fundo suas causas e conseqüências. Este trabalho, baseado em
aulas de ecologia ministradas no curso de ciências biológicas da
Universidade de São Paulo, apresenta fatos e argumentos que podem
auxiliar a compreensão da problemática da água e a busca de soluções.
Essa questão preocupante está
diretamente associada aos impactos das ações humanas sobre os ambientes
de água doce, mas não basta identificar tais impactos. É necessária uma
visão de maior alcance, que abranja a avaliação das causas e efeitos dos
problemas existentes e o desenvolvimento e adoção de medidas que
remediem os já constatados e previnam não só a sua repetição em outros
lugares como também o surgimento de novos tipos de impacto. Essa visão
certamente inclui a divulgação de todas essas informações em linguagem
mais simples, para que a discussão atinja um número maior de pessoas.
Afinal, a crise da água diz respeito a todos.
Fator limitante da vida humana
A água doce (menos de 3% de toda a água
existente no mundo) é a forma desse recurso usada primariamente pelo
homem. A água salgada, encontrada nos oceanos e em algumas áreas
continentais (97,25% do total), precisa passar por um processo de
dessalinização antes do uso. A parcela imediatamente utilizável,
presente em rios e lagos e nos aqüíferos subterrâneos, alcança em torno
de 22% do estoque mundial de água doce. A maior parte do restante está
em geleiras (nos pólos e nas montanhas de grande altitude), o que
dificulta seu aproveitamento.
O corpo humano, como o dos outros seres
vivos, é formado principalmente por água, o que torna esse recurso
essencial à vida. Por isso, o homem precisa ingerir água com freqüência,
diretamente ou através dos diferentes alimentos. Grande parte das
atividades humanas cotidianas também depende da água, como cozinhar,
tomar banho, lavar (alimentos, roupas, quintais etc.), assim como as
indústrias (que exigem grandes quantidades em alguns setores), a
agricultura e até os esportes e o lazer (em piscinas). O homem tem
extrema dependência da água doce, e como o volume desse recurso no
ambiente é relativamente pequeno, ele é considerado um fator limitante
para a espécie humana.
A crescente demanda mundial
Nas últimas cinco décadas, a população
humana aumentou de forma rápida, até atingir o número atual: cerca de
5,7 bilhões de pessoas. Esse intenso crescimento está em parte
relacionado às novas tecnologias industriais, que levaram à criação de
novas drogas e à melhoria das condições de saneamento, em especial nas
regiões urbanas mais desenvolvidas. Uma das conseqüências da explosão
populacional foi a demanda crescente de água para atender necessidades
básicas, como beber e cozinhar, e para as demais atividades ligadas à
produção e ao lazer.
Quando se fala em aproveitamento da
água, é importante diferenciar o uso e o consumo. O uso é a retirada de
água do ambiente para suprir necessidades humanas, e esse termo implica
que uma parte do que é aproveitado volta para o ambiente (caso da água
usada para cozinhar ou para o banho). Já o consumo refere-se à parcela
que não retorna de modo direto para o ambiente (como a água usada na
irrigação de uma plantação, que passa a fazer parte dos tecidos
vegetais).
A necessidade de alimentar uma população
cada vez maior fez o setor agrícola, com a ajuda de novas tecnologias,
aumentar bastante sua produtividade. Isso tem sido obtido, no entanto,
às custas do uso e do consumo elevados de água. Anualmente, a
agricultura é responsável por 65% do uso e 87% do consumo total de água
no mundo. Além disso, muitas atividades industriais, que fornecem
produtos tidos como indispensáveis ao homem moderno, requerem enormes
quantidades de água. Em termos globais, a indústria usa 24% e consome 4%
da água hoje aproveitada. O baixo percentual de consumo, em relação ao
uso, indica que a maior parte da água utilizada em processos industriais
retorna ao ambiente, embora freqüentemente poluída.
Uso excessivo e degradação
A água doce, apesar de sua importância, é
mal utilizada. O mau uso caracteriza-se tanto pelo uso excessivo, ou
seja, o abuso ou desperdício (que reduz a quantidade disponível), quanto
pelo uso inadequado, ou inescrupuloso, que leva à degradação do recurso
(o que reduz sua qualidade).
O uso excessivo pode acarretar a
diminuição do volume, ou o esgotamento, dos aqüíferos subterrâneos, e
mesmo dos estoques de água existentes na superfície, em lagos e rios. A
questão da água subterrânea é crucial, pois grande parte da população
mundial depende dessa fonte para seu abastecimento. No Brasil, por
exemplo, 49% dos municípios são abastecidos total ou parcialmente com
água de poços profundos ou rasos, segundo dados do Atlas do meio ambiente do Brasil
(1966), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Além
da ameaça a seus estoques, os aqüíferos também têm sido contaminados por
diversos poluentes, de origem industrial, agrícola e doméstica.
Deve ser lembrado que os estoques
naturais de água não são distribuídos de modo eqüitativo no globo
terrestre. Assim, o uso excessivo de água tende a ser mais problemático
em locais naturalmente mais secos. No entanto, mesmo em áreas onde a
água é abundante, a degradação de rios, lagos e depósitos subterrâneos é
uma forma potencial de redução de sua disponibilidade.
São inúmeros os impactos de origem
humana que degradam a água e modificam sua qualidade, com efeitos tanto
diretos quanto indiretos sobre os corpos d’água. Entre os efeitos
diretos destaca-se a introdução nos ambientes aquáticos de substâncias
estranhas que, além de tornarem a água imprópria para utilização pelo
homem, afetam negativamente a flora e fauna aquáticas. Um exemplo desse
problema está em estudo (da autora) que compara a fauna de invertebrados
que habitam o fundo das represas de Paraibuna e Pirapora, ambas no
estado de São Paulo. Na primeira, pouco afetada pela ação humana, essa
fauna é mais rica, contendo organismos cuja presença indica água de boa
qualidade. Já em Pirapora a fauna inclui poucos indivíduos, de poucas
espécies, que conseguem sobreviver em uma água sujeita a poluição
pesada.
Entre os impactos indiretos está a
retirada da vegetação existente nas margens, que leva à erosão nos
locais desmatados e à entrada, no corpo d’água, de material inorgânico
do solo. As alterações ambientais provocadas por esse material afetam os
organismos que ali vivem. Também nesse caso os invertebrados do fundo
da represa de Paraibuna servem como exemplo: a fauna é mais rica onde a
vegetação terrestre marginal é composta por mata do que onde é composta
por pastagem. Portanto, a presença de uma vegetação mais desenvolvida
ajuda a manter as características estruturais do corpo d’água, o que, em
última análise, favorece o conjunto dos organismos que ali vivem.
Seja qual for o motivo do mau uso, a
diminuição dos estoques de água e/ou a degradação desse recurso
interferem nos organismos que vivem no ambiente aquático e ainda nos
elementos de ecossistemas terrestres com os quais esses organismos
mantêm relações. O homem também sofre as conseqüências de suas próprias
atitudes. Ao gastar muita água, despejar rejeitos domésticos e
industriais em corpos d’água e desmatar suas margens, entre outras
ações, pode deixar de ter esse recurso em quantidade e/ou qualidade
adequadas para seu uso. Os impactos humanos sobre os ambientes aquáticos
têm reflexos negativos em todas as atividades que utilizam água. No
caso da agricultura irrigada, por exemplo, a iminente escassez do
recurso ameaça o suprimento global de alimentos.
Veículo para muitas doenças
A redução da qualidade da água pela
contaminação por esgotos domésticos, muitas vezes lançados no ambiente
sem tratamento prévio, traz um problema a mais: o aumento da incidência
de doenças transmitidas por esse meio, como cólera, diarréia, amebíase e
esquistossomose. Essa preocupação assume proporções mais graves em
países ou regiões onde é maior a pobreza. Nos países em desenvolvimento,
90% das doenças infecciosas são transmitidas pela água.
A origem do problema está nas políticas
públicas: na ausência de recursos, o tratamento de água e de esgotos
muitas vezes é relegado a segundo plano. No Brasil, por exemplo, o maior
percentual de residências sem instalações sanitárias ocorre justamente
nas regiões Norte e Nordeste, que concentram a população mais carente do
país. As conseqüências das más condições de saneamento são agravadas
pela desinformação, mais comum entre a população de baixa renda. Só a
diarréia, segundo dados da Organização das Nações Unidas, mata quatro
milhões de crianças a cada ano.
Em todo o mundo, há uma clara relação
inversa entre a mortalidade infantil e o grau de acesso à água limpa. No
Brasil, essa tendência também é observada quando se compara as
diferentes regiões geográficas: o maior índice de mortalidade infantil
ocorre na região mais pobre, o Nordeste, que tem também a menor
proporção de domicílios com acesso à água tratada (em relação ao total
de domicílios da região). É importante salientar que, como os dados
sobre a região Norte não incluem a área rural, a mortalidade infantil
pode estar subestimada.
Fonte de conflitos internacionais
Um complicador para a questão da água é o
fato de que cerca de 40% da população mundial dependem de bacias
hídricas divididas por duas ou mais nações, como salientou em 1993 a
geóloga e cientista política americana Sandra Postel, especialista na
questão do uso dos recursos globais de água. Conflitos internacionais
envolvendo a questão da água têm surgido em várias regiões,
principalmente em função de atitudes de países localizados na parte
superior da bacia. Esses países constroem reservatórios, poluem os
corpos d’água ou causam sua eutrofização, comprometendo a quantidade
e/ou qualidade da água de países situados mais abaixo na bacia. A
eutrofização é o aumento do teor de nutrientes (principalmente fósforo e
nitrogênio) em um ambiente aquático, que leva à excessiva proliferação
de certas cianobactérias e plantas (como o aguapé), alterando o
equilíbrio ecológico.
Problemas desse tipo tendem a ser
maiores quando envolvem nações onde a água é naturalmente escassa. No
golfo Pérsico, por exemplo, as ameaças à paz surgem não só das disputas
que envolvem o petróleo, mas também das relacionadas à água. Mais
próximos da realidade brasileira estão os debates ocasionais provocados
por represamentos do rio Paraná, dentro do país, mas que afetam o
estoque e a qualidade da água que chega à Argentina. Esses conflitos
podem aumentar, no caso de bacias hídricas divididas por países em
desenvolvimento, quando estes buscam seguir o modelo de desenvolvimento
adotado por nações mais ricas, baseado no uso de grandes quantidades de
água e energia.
Economizar, reciclar e reutilizar
A alta dependência humana em relação à
água e a baixa disponibilidade desse recurso tornam cada vez mais
necessária a sua preservação, evitando-se tanto o gasto excessivo quanto
a degradação. A simples economia de água é uma das formas de minimizar o
problema. No âmbito doméstico, a economia depende essencialmente de uma
mudança de costumes, em relação a atividades cotidianas. Assim,
diminuir a duração do banho, fechar a torneira durante a escovação dos
dentes ou evitar lavar pátios e calçadas usando apenas a mangueira traz
ótimos resultados. Ao tomar banho ou escovar os dentes é relativamente
fácil economizar água.
Consertar vazamentos também é importante
para evitar o desperdício. Para se ter uma idéia desse tipo de perda,
basta dizer que uma torneira gotejando deixa cair no ralo 46 litros de
água por dia, em média. Com pouco esforço, qualquer pessoa pode pensar
em maneiras de economizar água em atividades rotineiras como lavar a
louça, as roupas, o carro e muitas outras.
Além da economia, a reciclagem e a
reutilização surgem como alternativas para o uso mais racional da água. A
reciclagem pode ser definida como o reaproveitamento de água já
utilizada para determinada função, mesmo que sua qualidade tenha sido
reduzida durante esse uso inicial. O reaproveitamento é feito antes que
essa água atinja a rede de esgoto. Em uma residência, por exemplo, a
água gasta durante o banho poderia ser reaproveitada, sem qualquer
tratamento, para a descarga do vaso sanitário ou para a lavagem do
quintal. A reciclagem já é uma realidade em vários setores industriais.
Para as empresas, ela é economicamente interessante tanto pela própria
economia de água quanto pela redução de gastos com impostos.
A reutilização consiste no
reaproveitamento da água que já passou pela rede de esgoto e por uma
estação de tratamento. À primeira vista, essa possibilidade pode parecer
um exagero e uma perspectiva apenas a longo prazo. Vários países,
porém, já estão planejando esse tipo de reaproveitamento, diante da
crescente escassez. Isso acontece inclusive no Brasil: a Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) desenvolve projetos,
na região da capital paulista, para fornecer água tratada, não-potável,
para indústrias. Com isso, grandes quantidades de água de alta qualidade
deixariam de ser empregadas em atividades que não exigem tal pureza,
como produção de vapor e limpeza e refrigeração de equipamentos, entre
outras.
A legislação brasileira
A água é um bem de domínio público, além
de um recurso limitado e dotado de valor. Essa definição é a base da
política nacional de recursos hídricos, instituída pela Lei Federal nº
9.433, de 8 de janeiro de 1997. Essa lei trata, entre outros pontos, da
concessão de direitos de uso de recursos hídricos naturais para a
realização de atividades econômicas que requeiram grandes volumes de
água.
Uma questão importante também prevista
nessa política é a cobrança pelo uso dos corpos d’água para o lançamento
de efluentes (despejos líquidos). Para isso, a lei institui a figura do
‘usuário pagador’ — por exemplo, indústrias e municípios que lancem
seus despejos em rios ou lagos. O uso dos corpos d’água seria pago de
acordo com o tipo e volume do efluente lançado e, além disso, os
responsáveis pelos despejos teriam que obedecer às normas que garantem a
preservação dos recursos hídricos nacionais. Tais normas estão
associadas à classificação, estabelecida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama) em 1986, das águas doces, salobras e salinas do
território brasileiro em nove classes, segundo seus usos preponderantes.
A instituição do usuário pagador depende
da regulamentação da lei, em especial no que diz respeito ao domínio do
curso da água, para evitar divergências entre estados ou entre um
estado e o governo federal. Acredita-se que, a partir da entrada em
vigor dessa cobrança, as entidades que lançam efluentes em corpos d’água
passem a investir mais no tratamento de seus despejos e na reciclagem
da água, levando tanto à redução do desperdício quanto à preservação das
águas naturais. Essa lei poderá, sem dúvida, desempenhar papel
importante no uso mais racional e responsável da água no Brasil. No
entanto, como acontece com qualquer lei, não basta estar no papel para
funcionar: precisa ser cumprida, e para isso é fundamental uma
fiscalização rigorosa de suas determinações.
Uso mais sustentável é possível
Após todas essas informações, a resposta
à questão proposta no início do texto é clara. A preocupação com a
crise da água é mais do que um simples modismo ou uma previsão para o
futuro. Se esse tema vem ganhando cada vez mais espaço nos fóruns de
discussão, embora ainda não tenha atingido o grande público, é porque já
é uma situação real em vários locais do planeta. Obviamente, os
problemas relacionados ao mau uso da água já deviam estar sendo
equacionados há muito tempo. Não se trata mais de tomar medidas no
futuro, mas sim para o futuro.
A princípio, a aplicação de uma
legislação ambiental justa e eficiente garantiria a diminuição dos
impactos sobre os ecossistemas aquáticos. Isso, porém, só é válido para
as atividades impactantes cujo responsável pode ser identificado com
facilidade, como indústrias, sistemas agrícolas e prefeituras. No caso
de ações individuais, esse controle é praticamente impossível. É muito
mais fácil punir uma indústria que lance efluentes sem controle em um
rio do que uma pessoa que despeja seu lixo doméstico no mesmo.
A dificuldade no controle das ações
individuais decorre, muitas vezes, do fato de o indivíduo não se sentir
responsável pela preservação dos recursos hídricos e/ou não ter
consciência de como os seus atos podem alterar tais recursos. Em
consequência, campanhas governamentais pelo uso mais racional da água
não têm qualquer efeito na população. Por isso, junto com a criação de
uma legislação adequada sobre o uso e a preservação da água, é preciso
que as pessoas tomem consciência da gravidade desse problema e da
necessidade de mudar a forma de utilizar esse recurso.
Essa conscientização tem dois aspectos
fundamentais. Em primeiro lugar, cada indivíduo precisa compreender que é
parte integrante do ambiente e que, através de suas ações, é um agente
modificador do mesmo. Em segundo lugar, deve se sentir como participante
da sociedade, interagindo com iguais e compartilhando os mesmos
direitos e deveres. A conscientização é a base para o exercício da
cidadania, no qual o indivíduo entende que suas ações podem afetar os
demais integrantes da sociedade. Consciência crítica e cidadania, por
sua vez, estão intimamente ligadas à educação em todos os níveis: em
casa, na escola e em qualquer outro local. Só assim será possível
alcançar um uso mais sustentável da água, a fim de garantir esse recurso
para as próximas gerações com a qualidade e a quantidade adequadas.
Ana Lúcia Brandimarte
Departamento de Ecologia Geral, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo.
Ciência Hoje, Rio de Janeiro, vol.26, nº154, out.1999.
Departamento de Ecologia Geral, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo.
Ciência Hoje, Rio de Janeiro, vol.26, nº154, out.1999.
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